sexta-feira, 2 de maio de 2008

A questão do Tibete

A passagem da tocha olímpica tem ocasionado uma série de protestos em todo o mundo pela independência do Tibete. Tal questão preocupa-me.

Em primeiro lugar quero deixar claro que sou completamente favorável à Declaração Universal dos Direitos Humanos, e que os governos do mundo deveriam segui-la integralmente. Sou a favor de que os tibetanos possam seguir livremente suas crenças e cultura, sem repressão.

Mas o que está em jogo no caso do Tibete é a desestabilização política da China. O país viveu cerca de 150 anos de divisão territorial e guerras, entre os séculos XIX e XX, conforme transcrevo em um trecho da minha monografia de conclusão de curso em Relações Internacionais da UnB - Relacoes Sino Brasileiras No Primeiro Mandato Do Presidente Lula 2003 2006:

"A China viveu uma sequência de episódios violentos que parecia interminável. Um pesadelo que começa com as duas Guerras do Ópio contra a Inglaterra, passa pela Revolta dos Boxers (1900), pela guerra civil, interrompida pela invasão japonesa à Manchúria na década de 30, desembocando na Segunda Grande Guerra Mundial (1941-1945), e seguida do reinício do guerra civil.

A reunificação do país significou para a maioria dos chineses uma revolução que era basicamente uma restauração: de ordem e paz; de bem-estar; e de um sistema de governo cujos funcionários públicos se viam apelando para precedentes legais há muito abandonados, como explica Hobsbawn (1994). "


Não podemos mobilizar a comunidade internacional para fragmentar novamente um enorme território da China. Principalmente quando a maior parte do território brasileiro é composto pela a floresta Amazônica e pelo Aquífero Guarani, duas reservas estratégicas de água e biodiversidade, que serão mais importantes que petróleo neste século XXI.





Um comentário:

Deivi disse...

Eu acho que a Olimpíada é um bom momento para protestos.